RENASCIMENTO
No decorrer da visita do presidente Lula à Argentina e Uruguay, o recém-empossado
mandatário brasileiro confirmou o interesse em aprofundar a análise de temas importantes para melhorar o relacionamento com os países do Mercosul que, diga-se de passagem, estão precisando voltar a trilhar juntos caminhos de entendimento e harmonizar visões e interesses para os próximos anos.
Todos parecem concordar em avançar na discussão de temas polêmicos, como a instituição de uma moeda comum entre os países membros assim como um possível TLC entre Mercosul e China que, para Brasil, só é possível após o fechamento final do acordo Mercosul – União Europeia.
Tudo sem esquecer que ainda precisa muita negociação entre os sócios do bloco, considerando também o fato que um TLC com China é um projeto muito caro para Uruguay que já avançou sozinho para dar um forte abraço ao urso panda, numa demonstração evidente de sua tese de uma entidade mais flexível, moderna e adaptada aos novos tempos, com posturas mais relevantes de alcance mundial e um olhar além do horizonte para mapear novas oportunidades.
O Brasil parece disposto a ter uma participação ativa nesse processo como peça fundamental do espaço latino-americano de integração, ciente dos incontáveis benefícios econômicos e geopolíticos de uma posição de liderança positiva na região, explícita na participação na cúpula da CELAC (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos) no seu encontro de Buenos Aires.
Segundo muitos analistas políticos, o Brasil tem muito a ganhar com integrar-se mais e melhor com os países da América Latina, resultando em benefícios geopolíticos e econômicos derivados de sua relevância econômica e de sua importância mundial, o que, de certo modo. pode representar um certo contrapeso à fortíssima presença chinesa nesta parte do mundo.
Ironia, máxime levando-se em conta o intenso e estratégico relacionamento Brasil – China!
É mais que evidente que a viagem de janeiro pode e deve assinalar um novo patamar para a Formação de um bloco mais unido, mais flexível, mais moderno, ajustado aos novos tempos, porém sem por isso perder os laços e os princípios que nortearam sua formação mais de 30 anos atrás.
E vale destacar que para o resto do mundo resulta essencial que o Mercosul possa seguir mostrando que se esforça por manter uma área de desenvolvimento exemplar, de comércio intenso e aberto, de estabilidade, de paz e que não fraqueja na busca do equilibro social e a qualidade de vida, legitimas aspirações de seus povos.